Plantando mandioca, plantando feijão,
colhendo café, borracha, cacau,
comendo pamonha, canjica, mingau,
rezando de tarde nossa ave-maria,
Negramente...
Caboclamente...
Porguesamente...
A gente vivia.
De festas no ano só quatro é que havia :
Entrudo e Natal, Quaresma e Sanjoao !
Mas tudo emendava num só carrilhão !
E a gente vadiava, dançava, comia...
Negramente...
Caboclamente...
Portuguesamente...
Todo santo dia !
O Rei, entretanto, não era da terra !
E gente pra Europa mandou-se estudar...
Gentinha idiota que trouxe a mania
de nos transformar
da noite pro dia...
A gente que tão
Negramente...
Caboclamente...
Portuguesamente...
Vivia !
(E foi um dia a nossa civilização
tão fácil de criar!)
Passou-se a pensar,
passou-se a cantar,
passou-se a dançar,
passou-se a comer,
passou-se a vestir,
passou-se a viver,
passou-se a sentir,
tal como Paris
pensava,
cantava,
comia,
sentia...
A gente que tão
Negramente...
Caboclamente...
Portuguesamente...
Vivia !
_________________________________
(do livro CANA CAIANA, Recife, 1939 /
reeditado em POEMAS, 1951,1953
e no "Caderno de Cultura PERNAMBUCO"
- Travessia,Programa de Aceleração
de Estudos de Pernambuco, Secretaria
de Educação do Governo de Pernambuco /
Fundação Roberto Marinho).
colhendo café, borracha, cacau,
comendo pamonha, canjica, mingau,
rezando de tarde nossa ave-maria,
Negramente...
Caboclamente...
Porguesamente...
A gente vivia.
De festas no ano só quatro é que havia :
Entrudo e Natal, Quaresma e Sanjoao !
Mas tudo emendava num só carrilhão !
E a gente vadiava, dançava, comia...
Negramente...
Caboclamente...
Portuguesamente...
Todo santo dia !
O Rei, entretanto, não era da terra !
E gente pra Europa mandou-se estudar...
Gentinha idiota que trouxe a mania
de nos transformar
da noite pro dia...
A gente que tão
Negramente...
Caboclamente...
Portuguesamente...
Vivia !
(E foi um dia a nossa civilização
tão fácil de criar!)
Passou-se a pensar,
passou-se a cantar,
passou-se a dançar,
passou-se a comer,
passou-se a vestir,
passou-se a viver,
passou-se a sentir,
tal como Paris
pensava,
cantava,
comia,
sentia...
A gente que tão
Negramente...
Caboclamente...
Portuguesamente...
Vivia !
_________________________________
(do livro CANA CAIANA, Recife, 1939 /
reeditado em POEMAS, 1951,1953
e no "Caderno de Cultura PERNAMBUCO"
- Travessia,Programa de Aceleração
de Estudos de Pernambuco, Secretaria
de Educação do Governo de Pernambuco /
Fundação Roberto Marinho).
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