A "FUNDAÇÃO REGIONAL ESCRITOR HERMILO BORBA FILHO" (Palestra em Palmares)

 



Hermilo no Apolo e a fachada do Teatro Cinema Apolo, 

sede da Fundação Casa da Cultura Hermilo Borba Filho / 

Prefeitura Municipal dos Palmares - PE

(Capa do livreto institucional / 1984) 


          No dia 27 de outubro passado estive no Teatro Cinema Apolo, sede da Fundação Casa da Cultura Hermilo Borba Filho, da Prefeitura Municipal dos Palmares - PE, para apresentar, às 19 horas, a palestra Caminhos da Fundação Regional Hermilo Borba Filho, encerrando a programação oficial da "FLIARP - I FEIRA DE LITERATURA E ARTES DOS PALMARES - PE", promovida pela Secretaria de Educação /  Fundação Casa da Cultura Hermilo Borba Filho / Prefeitura Municipal dos Palmares, realizada a partir do dia 25 de outubro. 

         Iniciamos a palestra com a necessidade de sintetizar, ao máximo, por força da limitação do horário (19 às 20 horas), todo o roteiro programado : citação do objetivo inicial do Estatuto da Fundação Casa da Cultura Hermilo Borba Filho, instituíção criada pela Prefeitura Municipal dos Palmares (Lei Municipal 896, de 8 de julho de 1983, do prefeito Luís Portela de Carvalho); informação sobre a nossa passagem, na presidência desta instituição,  em dois períodos distintos (de 1984 a 1987 e de 1997 a 2004) e sobre as realizações de projetos desenvolvidos nesses períodos que firmaram, na prática, o comprometimento dos objetivos da FCCHBF com a vida cultural da Região Mata Sul de Pernambuco; e informações sobre os textos que divulgamos na Imprensa pernambucana e em publicações da instituição palmarense, desde o ano de  1987, sobre a ideia do projeto de transformação da "Fundação Casa da Cultura Hermilo Borba Filho", que é municipal, a ser recriada pelo Governo do Estado de Pernambuco com a futura denominação  de Fundação Regional Escritor Hermilo Borba Filho.   

          Esta é a palestra que organizei e apresentei, parcialmente, no Teatro Cinema Apolo, sede da Fundação Casa da Cultura Hermilo Borba Filho:  

          Na abertura dos "Objetivos" do Estatuto  da Fundação Casa da Cultura Hermilo Borba Filho, está registrado que "A Fundação Casa da Cultura Hermilo Borba Filho, em consonância com as metas de estímulo aos valores artísticos locais, de incentivo e de promoção de todas as manifestações culturais da Cidade dos Palmares, bem como das cidades da Região Mata Sul do Estado de Pernambuco, tem os seguintes objetivos:" 

          (...)  

          São elencados estes objetivos culturais distintos: 

         Sobre programas ao seu alcance administrativo; Incentivo com apoio e organização promocional, para produtores culturais independentes; Incentivo de programas culturais do Estado de Pernambuco e de outros Estados brasileiros; Realização de salões de artes plásticas; Promoção de concursos artísticos de todos os gêneros; Incentivo e promoção da criação das artes dm geral, de valores locais e visitantes; Organização, catalogação e arquivos de filmes, fotografias e depoimentos de personalidades e personagens da Cidade dos Palmares; Incentivo e promoção de estudos, pesquisas e debate científico (palestras, conferências, cursos e simpósios); Organização, catalogação, arquivamento e mostra permanente de registros e documentos da vida da Cidade dos Palmares; Organização de biblioteca especializada sobre a Cidade dos Palmares; Organização e promoção editorial da produção cultural da Cidade dos Palmares, revelando os seus valores mais legítimos; Promoção, mediante acordos, convênios e contratos, com instituições públicas e privadas, de programas culturais na Cidade dos Palmares  e em toda a Região...  

     No ato da criação da instituição, pode se observar, declarado em seus Objetivos, um nítido compromisso da FCCHBF com a vida cultural de toda a Região Mata Sul de Pernambuco.  E assim a instituição da Prefeitura Municipal dos Palmares iniciou os seus trabalhos, desde o seu primeiro ano de atividade, em 1984. 

          Vale lembrar que esse compromisso traduz, naturalmente, o que o próprio escritor, homenageado em sua cidade natal, declarou, em uma entrevista concedida à Revista VEJA, ao final do ano de 1975: 

          "Cada um descobre o seu Nordeste. Há o Nordeste de Gilberto Freyre, o de José Lins do Rego, o de Graciliano Ramos, o  de Ariano Suassuna. Eu mesmo, agora, estou descobrindo outro Nordeste. Agora, neste meu Nordeste da zona da mata sul, as pessoas ressuscitam, traem, castigam, são castigadas, enchem-se de amores loucos e obsessões, formam uma frenética procissão com os vícios mais cultivados do nosso tempo. Há pessoas que levitam, outras que pairam no ar, outras que atravessam terras voando, há peixes que,  depois de mortos, voltam a viver, há bois misteriosos,  rãs gigantescas, cavalo metade carne e metade de folha de flandres, mortos convivendo com os vivos. E isto é verdade. Basta prestar atenção."  (Um esclarecimento: O escritor pernambucano não permitiu que a Revista VEJA divulgasse a sua entrevista, concedida no Recife ao jornalista José Maria Andrade, em 1975, com os cortes da Censura.  A entrevista permaneceu inédita por mais de 30 anos. Está publicada, na íntegra, destacando-se os trechos vetados pela Censura, no livro A Palavra de Hermilo,  organizado por Juareiz Correya e Leda Alves - Companhia Editora de Pernambuco - CEPE, Recife - PE, 2007)

__________________________________  

(Texto de Juareiz Correya) 

          

          

Comentários