19 DE AGOSTO 2023: 79o. Aniversário de Nascimento de Jaci Bezerra - Um escritor pernambucano de Alagoas
Jaci Bezerra no Recife
(Contracapa da antologia LINHA D'ÁGUA
- Cepe Editora, Recife - PE, 2007)
Alagoano de nascimento (da cidade de Murici, vindo ao mundo no dia 19 de agosto de 1944), JACI BEZERRA - registrado José Jaci de Lima Bezerra - nasceu para a Literatura em Pernambuco, quando veio residir, aos 15 anos de idade, com os pais e os irmãos, na cidade de Jaboatão dos Guararapes, da Região Metropolitana do Recife.
Em sua biografia, literariamente rica e ainda pouco relevada, sabemos que ele se iniciou na Poesia a partir da convivência com os poetas Alberto Cunha Melo, José Luiz de Almeida Melo e Domingos Alexandre, também iniciantes, todos orientados pelo poeta Benedito Cunha Melo - um nome já notável em Jaboatão. Na juventude passou a viver no Recife, onde estudou e graduou-se em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Pernambuco. Aqui no Recife ampliou a sua convivência com a Literatura e as Artes, ao lado de Marcus Prado, Gladstone Vieira Belo, Laércio Vasconcelos, Aluísio Braga, Valdi Coutinho, João Câmara e Tarcísio Meira Cesar, entre outros.
Em 1966, o poeta JACI BEZERRA faz a sua estreia, publicando, no Suplemento Literário do "Diário de Pernambuco", dirigido pelo professor universitário, poeta e critico César Leal, cinco sonetos reunidos sob o título "Sonetos da Procura". E, no ano seguinte, participa da antologia LÍRICA (Eloi Editor, Recife - PE, 1967), ao lado de Alberto Cunha Melo, Gladstone Vieira Belo, Marcos Santander, Tarcísio Meira César e Ângelo Monteiro, autores que, junto com o "grupo de Jaboatão", fizeram surgir a chamada "Geração 65" de Pernambuco, assim reconhecida pelo historiador pernambucano Tadeu Rocha. Em 1968, JACI BEZERRA publica o seu primeiro livro de poesia - ROMANCES (Editora Universitária / UFPE, Recife, PE). E, cinco anos depois, lança, também pela Editora Universitária, o livro de poesia intitulado LAVRADOURO, apresentado pelo escritor e editor amazonense, radicado no Recife, Moacyr Sena Dantas:
"A transformação de simples palavras em outras palavras não satisfazia o poeta. Não lhe bastava a palavra definidora de conceitos. Queria filtrá-las, transmuta-las. A síntese que correspondesse à sua ânsia de permanência. Deixar o canto exato é viver duas vidas. Assim foi composto LAVRADOURO."
Ainda no ano de 1973, JACI BEZERRA participa da antologia poética QUÍNTUPLO (Mousinho Editor, Recife - PE), ao lado de Alberto Cunha Melo, José Carlos Targino, Severino Filgueira e João Laudelino Câmara. Neste fragmento do seu poema "Expositiva da Cidade do Recife", publicado nessa antologia, o jovem poeta nos apresenta a capital pernambucana:
"Por exemplo, esse azul que longe ondula
através da janela,
que julgamos do mar que além tremula
mas são os mares dela.
Daí agrada a nós e é doce à vista
tão fundo e verde engano:
é assim que o nosso olhar aos céus conquista
e ganha o oceano.
Por isso quem a vê das suas pontes
vendo passar o rio,
sonha ao vê-la estendida no horizonte
com lendas e navios."
______________________________________
JUAREIZ CORREYA
(Recife, agosto 2023)
Comentários