JUAREIZ CORREYA : BALANÇO DO TEMPO

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Rápida consulta na internet deixou surpreso e animado o poeta e editor Juareiz Correya : a palavra "Americanto" possui cerca de 74 mil ocorrências. Decidiu pesquisar e descobriu que os registros na rede, pelo menos aqueles a que teve acesso, referem-se a expressões artístico-culturais surgidas - tanto no Brasil como noutros países latino-americanos e até mesmo na França - depois de 1975, ano em que lançou o livro AMERICANTO AMAR AMÉRICA E OUTROS POEMAS.

Juareiz, obviamente, não reivindica paternidade, mas se sente motivado a relembrar que, há 35 anos, duas palavras - "América" e "canto" - fizeram amor em sua cabeça e se fundiram numa terceira. "O que AMERICANTO passou a ser, anos depois, em outras cabeças e corações do meu país e de outros países, já é outra história...", diz o poeta.

E a palavra está prestes a ganhar mais ocorrências na rede, com a publicação do livro AMERICANTO AMAR AMÉRICA E OUTROS POEMAS DO SÉCULO 20 (Panamérica Nordestal Editora). Comemorativo dos 40 anos de poesia de Juareiz, o volume compila versos publicados em livros e também na imprensa. É o caso de "Poema vago olhando a cidade", que saiu em janeiro de 1970 no jornal O OLHO,de Palmares, sua terra natal. O livro será lançado em 25 de março, no Gabinete Português de Leitura de Pernambuco,no Recife, com recital de poesia e exposição dos desenhos que ilustram a obra, de autoria de Roberto Portella. Nos próximos meses estão agendados lançamentos em municípios pernambucanos, capitais nordestinas e em São Paulo.

"Com este livro encerro um tempo da minha poesia", explica Juareiz,cuja produção transitou por diversas experiências formais e temáticas, abordando desde angústias e sonhos de sua geração ao lirismo e à sensualidade sem rédeas. Por isso, são também bastante plurais os depoimentos sobre o seu trabalho.

Dele, disse Hermilo Borba Filho, em artigo sobre a primeira edição do AMERICANTO, em que, após considerar que o poeta é um ser que vive permanentemente em estado de sofrimento por si mesmo e pelo mundo que o rodeia : "Juareiz Correya é um desses seres e este seu pequeno livro de agora diz fotograficamente, com muita precisão, o que está acontecendo com ele : o poeta está triste e pessimista." Já o poeta Jaci Bezerra, em outra edição do livro, classificou a obra como representativa de "uma fase agressivamente renovadora da poesia brasileira atual." (GILSON OLIVEIRA)


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Transcrito da Revista CONTINENTE
(Companhia Editora de Pernambuco, Recife,
número 111, março, 2010) /
http:www.revistacontinente.com.br

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