NORDESTE e RIO UNA, de Jayme Griz

N O R D E S T E


Verão !
Sol quente de tinir !
Sol quente de rachar o chão !


De repente
Chuva
Chuva
Chuva
Chuva
Chuva de danar a paciência !
Chuva de sapo pedir aos céus clemência !


..............


Mãe Natura endoideceu...


E se Ela,
Que é Mãe,
Que é Sábia,
Que é Única,
A cabeça perdeu...


Quanto mais eu...
Quanto mais eu...



(Da antologia POETAS DOS PALMARES,
3a. edição, Palmares, PE, 2002)

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R I O U N A

A Capiba


Rio Una,
Rio Una,
Rio bom de navegar,
Se dele vivo tão longe,
Nele estou sempre a pensar.


Suas águas vêm de longe,
De bem longe a caminhar,
Contam elas mil histórias,
No seu doce marulhar.


Rio Una,
Rio Una,
Rio bom de navegar,
Se dele vivo tão longe,
Nele estou sempre a pensar.


Quando à noite a lua cheia
Sobre as águas vem boiar,
Soam vozes de Sereia
Entre os juncos a cantar.


Rio Una,
Rio Una,
Rio bom de navegar,
Se dele vivo tão longe,
Nele estou sempre a pensar.



(Do livro ACAUÃ,
1a. edição, Recife, 1959)


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JAYME GRIZ nasceu em Palmares (PE). Membro
da Academia Pernambucana de Letras, faleceu
no Recife em junho de 1981.

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