PERDAS IRREPARÁVEIS : Amílcar Dória Matos, José Américo de Lima e Everaldo Moreira Véras

A Literatura Brasileira, especialmente a pernambucana, está ficando cada vez mais pobre, infelizmente. Ano próximo passado perdeu o romancista e jornalista Amílcar Dória Matos. Imortal, mas não imorrível, manteve-se recluso e solitário em seu apartamento no bairro do Espinheiro. Deixou como legado alguns romances importantes, entre eles O CAÇADOR, O MÁGICO, UM AMOR DE DOIS MUNDOS. Para as crianças seu legado constituiu-se de A GRATIDÃO DE CHICO e O GIGANTE DA FLORESTA.

Outra lacuna ficou com a partida do combativo e também consagrado escritor José Américo de Lima, responsável por uma série de livros marcantes, onde se destacam os romances históricos CANUDOS e COLHER DE PAU, ambos sobre as refregas contra os movimentos messiânicos nordestinos. Além desses destacaram-se também os livros TODOS POR TODOS, O MISTERIOSO HOMEM DE MACAPÁ, MARATONA. Não esqueceu também a criançada, que foi contemplada com o notável OS PECADOS DO REI.

Como se não bastasse para empobrecer a criação literária da nossa terra, no dia 11 de janeiro passado, durante uma viagem de lazer, em companhia de Lourdinha, sua querida esposa, enquanto desfrutava as belezas da Serra Gaúcha, Everaldo Moreira Véras subiu aos céus para fazer companhia a seus colegas recem falecidos. Ao velório compareceram representantes de todas as instituições literárias e científicas a que ele pertenceu, tais como : Academia de Artes e Letras de Pernambuco, Academia de Letras e Artes do Nordeste, Academia Brasileira de Literatura Infantil (SP), Academia de Ciências, além de representantes da Academia Pernambucana de Letras, da Brasiliense de Letras e da Recifense de Letras, bem como os presidentes da UBE e da Editora Edificantes, responsável em grande parte pelos seus títulos publicados. Diante de tantos intelectuais presentes, o velório foi enriquecido através de depoimentos de vários de seus pares acadêmicos, onde se destacou a observação do seu dileto amigo e também escritor, Luiz Gonzaga Lopes, revelando que Everaldo deixava no prelo um livro sob o título DEUS ESTÁ CANSADO. E concluiu dizendo que Deus o chamara para ajudá-LO nas muitas tarefas que havia do outro lado da vida. A cerimônia foi encerrada com a cremação do corpo do escritor, conforme era seu desejo em vida. (Texto do escritor e editor EDVALDO ARLEGO)

Comentários

Edvaldo Arlégo disse…
Caro Juareiz Correya. Grato pela transcrição do e-mail que lhe enviei a respeito desses amigos rfecentemente falecidos. Repassarei seu blog para todos os meus contatos cujo interesse literário tem tudo a ver com os falecidos. Adianto-lhe que estamos no prelo com o livro DEUS ESTÁ CANSADO, o qual ele deixou na tela do computador. Aguarde o lançamento. Abraços, Arlégo.