MARCOS DO TEMPO DE RAFAEL ROCHA





O Recife deve ter mais de 1 milhão e 600 mil poetas, um número aproximado ao da sua população. Os que publicam, os que fazem os seus textos circular em livros, cada vez mais raros, jornais e revistas (com espaços reduzidos e negados), blogs e sites, via segura para escapar do ineditismo, mantêm a resistência poética necessária, para que a palavra mais humana da existência não desapareça ou seja jogada no abismo do esquecimento.

O poeta Rafael Rocha, que tem pouco publicado a sua poesia e tem a sua projeção limitada por uma cidade cada vez mais mesquinha e desatenta com os seus valores, embora seja conhecida nacionalmente como "a capital do lirismo brasileiro", publica agora o seu segundo livro de poesia intitulado MARCOS DO TEMPO. O primeiro - MEIO A MEIO - foi publicado em 1972,exatamente há 38 anos.

Rafael Rocha, jornalista profissional, com um romance e um livro de contos já publicados, volta a acreditar na criação poética, consciente de que é com a poesia que um escritor diz tudo.

E assim escreve sobre o Recife, anuncia crenças e marcas do seu tempo, em versos que sintetizam filosofia pessimista e releituras de Neruda, e discursa, em 8 longos cânticos, num tom profético que lembra o poeta paulista Álvaro Alves de Faria e o seu proibido "Sermão do Viaduto". Mergulha no dorso da noite e louva a vida com o seu amoroso erotismo. E proclama, identificado com a sua terra :

"Não sou Cristo. Não sou Guevara. / Não sou Maomé. Não sou Buda./ Não sou Oriente. Não sou Ocidente./ Sou Norte e Nordeste."



JUAREIZ CORREYA
Recife, outubro /2010.



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Transcrito do livro MARCOS DO TEMPO,
de Rafael Rocha, a ser lançado nesta sexta-feira,
12/agosto/2011, a partir das 19 horas,
no Clube dos Oficiais da PM
- Av. João de Barros, s/n, Santo Amaro, Recife, PE.

Comentários

Rafael Rocha disse…
Beleza, poeta Juareiz! Muito obrigado pela força!