HERMILO E PALMARES (4) : "Um encontro no Recife"




     Certo dia, eu e Elói Pedro, empenhados na transação da Editora Palmares, fomos ao Recife e aproveitamos a companhia do dentista Aluísio Griz, parente de Hermilo, para chegar até ele. Estranhamente, o dr. Aluísio, que admirava profundamente a obra de Hermilo, não quis nos acompanhar até o apartamento dele, deixando-nos à entrada do edifício com uma desculpa e pedindo para que a gente passasse depois na casa onde ele estaria, no mesmo quarteirão, nas Graças, quando chegasse a hora de voltar para Palmares.  De entrada, Hermilo nos recebeu com um forte aperto de mão e um abraço muito amigo. Nos adiantou logo que Leda, sua companheira, não estava, e reclamou por que eu ainda não havia passado na casa dele, perguntando se eu fazia idéia de que ele era um medalhão metido a besta...  Eu lhe disse logo que não era nada disso, era o tempo da gente, limitado, sem condição de sair de Palmares a qualquer hora. Ele nos arrebatou com um jeito envolvente muito natural, confessando : "Estou proibido pelo médico de beber, mas hoje merece uma comemoração e eu vou beber com vocês."  Preparou doses generosas de uísque, na medida para o papo que foi todo tecido sobre Palmares, as suas coisas e a sua gente. Saímos de lá com a promessa de que, naquele ano mesmo, ele ia rever Palmares para bater um bom papo conosco e com o pessoal que estava se dedicando à literatura na cidade.


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