CAFÉ PASÁRGADA : "1964 - GOLPE NA POESIA"




     A diretora do Espaço Pasárgada / Casa de Manuel Bandeira, professora Selma Coelho, convida para a nova realização do Projeto "Café em Pasárgada", amanhã, sábado, 31 de março, das 8 às 12 horas : 1964, Golpe na Poesia. Haverá debate, recital e varal de poesia em torno do tema e uma mesa redonda formada pelos poetas Marco Polo, Wellington de Melo e Marcelo Mário de Melo, que é curador do Projeto.  Estão convidados poetas, artistas, jornalistas, militantes da democracia e demais pessoas interessadas.  O Espaço Pasárgada, centro cultural da FUNDARPE/Secretaria de Cultura/Governo do Estado de Pernambuco, está sediado na Rua da União, 263, Boa Vista, Recife, PE. Telefones : (81)31843165 / 87195737

     De acordo com a curadoria do Café em Pasárgada, "além de antidemocrático, antipopular e antinacional, o golpe de 1964 foi também antipoético.  No Recife, no dia primeiro de abril tombou na passeata, atingido por tiros de mosquetão, o estudante secundarista Jonas Barros, cantando o hino nacional e escudado na bandeira brasileira.  Jovem militante comunista do Colégio Estadual de Pernambuco, Jonas escrevia poemas de muita sensibilidade e leveza. Também foi fuzilado Ivan Aguiar, comunista de Palmares e aprovado no vestibular de Engenharia. 

     Foram presos  no DOPS os poetas Ângelo Monteiro e Albérgio Maia de Farias, que tinha 16 anos.  Foi silenciado o jornal O Secundarista, com boa tiragem e impresso em cores, que publicava poemas de Albérgio Maia, Ângelo Monteiro, Marcus Accioly, Luiz Carlos Duarte, tendo como articulistas Agnaldo Silva, José Wilker, Anamárcia Veisencher, Nelson Xavier e Samuel Kraimmer.  Os seus colaboradres que não foram presos tiveram que se esconder da repressão ou calar."

    A curadoria do Café em Pasárgada informa ainda que "a repressão se estendeu a todos os setores da cultura e manteve as suas garras dirigidas para a imprensa, por meio da censura prévia e das perseguições a jornalistas e veículos de oposição ou que apresentavam atitudes de independência.  E na mesma proporção se desenvolveu a resistência cultural que através dos anos somou as forças que permitiram superar o período ditatorial e normalizar a vida política do País.

     Restos da ditadura ainda existem no Brasil atual, e uma prova disto é a existência de uma Comissão da Verdade, com a tarefa de abrir os arquivos secretos e esclarecer acerca de crimes de tortura, mortos e desaparecidos políticos."    

  

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