Homenagem aos 475 anos da Cidade
Lá, onde o poente sonolento
Arrepiava o ouro de suas plumas
Corria sangue e a mancha rubra
De uma grande nuvem iluminava
Sombras rastejando nas calçadas.
Quantos sonhos decepados apodreciam em luz ?
Ó Imperatriz, que, no antigo, cruzavas
Arcadas de ferro sobre as águas.
Na ponte, agora, os estilhaços do sol
Acendem as chamas luminosas de punhais
E, de rotos livros, a triste sapiência
Rasteja ferida, sob grossos pés.
(Da antologia POESIA VIVA DO RECIFE,
organizada por Juareiz Correya)
DÉBORA BRENNAND - Nasceu em Nazaré da Mata (PE).
Vive desde a juventude no Recife. Membro da Academia
Pernambucana de Letras. É autora, entre outros, destes livros
de poesia : O cadeado negro, Pomar de Sombras,
Poesia Reunida.
_______________________________________________
Transcrito da AGENDA CULTURAL - Março 2012 -
Ano 17, Número 199 - Prefeitura do Recife /
Secretaria de Cultura / Fundação de Cultura Cidade do Recife
Comentários