Vejo um povo que bate e que blasfema
no meu amor pelo livre e pelo justo.
Vejo um povo que chora o desencanto
e dorme sobre o túmulo do seu rosto.
Vejo um povo que consome a própria carne
e mutila-se pela busca da verdade.
Vejo um povo embriagado de desejos
sob silêncio de vendaval e tempestade.
Vejo um povo que perdeu seu pedestal
e chora sobre o cadáver de um tempo morto.
Vejo um povo que perdeu a esperança
e chora sobre a lama do desgosto.
Vejo um povo vestido de coragem
que levanta-se na fala alucinado.
Vejo um povo gregário e vencedor
por mim e pelo mar dos humilhados.
(Da antologia POESIA VIVA DO RECIFE,
organizada por Juareiz Correya)
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Transcrito da AGENDA CULTURAL - Maio 2012
- Seção Literatura -
Prefeitura do Recife / Secretaria de Cultura /
Fundação de Cultura Cidade do Recife
http://www.recife.pe.gov.br/agendacultural
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