Moro no Alto Recife
libertário como todo nativo
de nuvens concretas que as cores sangram
num canto edificado
sem margens e rios
ruas me habitam sem medo
árvores abrem portas e janelas
e a cidade tem mais igrejas
do que as 365 igrejas da Bahia
todos os dias as formas ganham sonhos
a sorte é um poema experimental de Deus
nas paredes aéreas do meu bairro
antigo como a história de ontem
e o menino que fala por mim
na várzea urbana do meu cérebro
além deste lugar a cidade é uma festa
fabricada como um carnaval
e eu nunca poderei escrever sobre a tristeza
porque no Alto Recife onde moro
o mar se enche de céu
e o sol abraça todo mundo
sem hora marcada
(Da antologia POESIA VIVA DO RECIFE)
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Transcrito da AGENDA CULTURAL
- Setembro 2012 -
Seção "Literatura"
- Prefeitura do Recife / Secretaria de Cultura /
Fundação de Cultura Cidade do Recife
http://www.recife.pe.gov.br/agendacultural/
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