POESIA VIVA DO RECIFE : "Familiaridade", de Fernando Monteiro





Um recifense  
a primeira coisa que faz 
é se adaptar 
ao mais previsível pequeno destino 
possível 
assim como quem sabe  
que vai avistar  
os mesmos mendigos  
nas mesmas esquinas  
da cidade que o acostumou já  
à visão das chagas de um 
- como à aparente saúde de outro - 
pois os pequenos destinos  
curiosamente se combinam 
com os familiares pedintes  
para definir, 
cedo ou tarde, 
o que faz um recifense  
ser do Recife.    



(Da antologia Poesia Viva do Recife, 
organizada por Juareiz Correya) 



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FERNANDO MONTEIRO  - Recifense. Poeta, ficcionista, de projeção nacional, 
ensaísta, cineasta e crítico de arte. Textos publicados em revistas culturais 
brasileiras. Articulista do jornal literário Rascunho, de Curitiba (PR). 
Poesia publicada : MEMÓRIAS DO MAR SUBLEVADO, LEILÃO SEM PENA,
 ECOMÉTRICA. Participou da  1a. edição da antologia POESIA VIVA
 DO RECIFE (1996).  

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Transcrito da AGENDA CULTURAL (Janeiro 2013) 
- Prefeitura da Cidade do Recife / Secretaria de Cultura 
 Fundação de Cultura Cidade do Recife  
(http://www.recife.pe.gov.br/agendacultural)  


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