BACANAL, poema de Manuel Bandeira, inspira mulheres no Carnaval do Recife





B A C A N A L 



Quero beber ! Cantar asneiras,
No esto brutal das bebedeiras
Que tudo emborca e faz em caco...
Evoé Baco !


Lá se me parte a alma levada
No torvelim da mascarada,
A gargalhar em douro assomo
Evoé Momo !


Lacem-na toda, multicores,
As serpentinas dos amores,
Cobras de lívidos venenos...
Evoé Vênus !


Se perguntarem : Que mais queres,
Além de versos e mulheres ?
- Vinhos !... o vinho que é o meu fraco !...
Evoé Baco !


O alfange rútilo da lua,
Por degolar a nuca nua
Que me alucina e que não domo!...
Evé Momo !


A Lira etérea, a grande Lira !...
Por que eu extático desfira 
Em seu louvor versos obscenos,
Evoé Vênus !



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As poetisas Cida Pedrosa, Susana Morais, Mariane Bigio e Rita Marize,
integrantes do Grupo Bem Dita, convidam para participação
na Troça Carnavalesca Bacanal do Bandeira. 
Inspirado no livro CARNAVAL, lançado em 1919, o projeto programa 
nesta quarta-feira, dia 6 de fevereiro, no Espaço Pasárgada
(Rua da União, 63, Boa Vista, Recife, PE), das 16 às 19 horas :
Lançamento de Livro, Concentração da Troça e Saída da Troça
(Orquestra de Frevo, Frevioca e Boneco Gigante de Manuel Bandeira).

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