DRAMA DE UM POETA : ESTADO DE POBREZA OU POBREZA DO ESTADO ? (2)






     Conheci pessoalmente o poeta gaúcho Luiz de Miranda (Uruguaiana, RS) em novembro de 2008, quando viajei a Porto Alegre para participar da 54a. FEIRA DO LIVRO DE PORTO ALEGRE, ano em que o Estado de Pernambuco foi especialmente homenageado. Viajei em companhia do artista plástico e visual Paulo Bruscky, responsável pela bela visibilidade do estande de Pernambuco, diretamente coordenado pela Companhia Editora de Pernambuco - CEPE, que eu e Paulo representávamos, e pela FUNDARPE - Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco, representado por duas eficientes funcionárias (desculpem a minha memória, não lembro agora, infelizmente, os seus nomes...)

     As duas semanas em que estive em Porto Alegre, participando da mais importante Feira de Livros do Brasil, foram compartilhadas com o companheirismo e a solidariedade do poeta Luiz de Miranda, amigo de primeira hora, que me fez íntimo da sua cidade, conhecendo e visitando seus amigos, bares, restaurantes, ruas e praças do centro da cidade. E tem mais : me presenteou logo dois belos livros de sua autoria, publicou um pequeno poema do meu livro CORAÇÃO PORTÁTIL na coluna de um jornalista de um grande jornal local (ZERO HORA), e me dedicou de repente um poema - Soneto Improvisado para Juareiz Correya -, já publicado neste blog (21/dezembro/2008).  Ele era um poeta importante da literatura gaúcha contemporânea, com uma obra bem publicada e reverenciada nacionalmente, e me dava  importância como se eu fosse igual a ele, com elogios abertos em um generoso poema... Meu amigo era maior do que a sua cidade.  

     Em nossas conversas, lembramos naturalmente as nossas duas cidades capitais - Recife e Porto Alegre - e juntos pensamos na organização da antologia POESIA VIVA DE PORTO ALEGRE, que deve integrar a Coleção Poesia da Cidade, da Panamerica Nordestal Editora.  Autor de um belíssimo poema-livro - PORTO ALEGRE, ROTEIRO DA PAIXÃO -, publicado pela Prefeitura de Porto Alegre, em 1985, que lhe deu prêmios internacionais, e de uma extensa obra poética (são mais de 20 títulos publicados desde o ano da sua estreia, em 1973), Luiz de Miranda, nascido em Uruguaiana, no ano de 1945, vive em Porto Alegre a sua apaixonada poesia mítica dos pampas e dos espaços e  campos urbanos.  Já indicado, em algumas ocasiões, para ser o destacado patrono da Feira do Livro de Porto Alegre, ainda não mereceu dos seus organizadores a recompensada escolha.  No ano em que o conheci ainda sonhava com esse "prêmio", que releva, a cada ano, para a vida cultural da cidade, um digno patrono.

     O poeta Luiz de Miranda, conhecido e louvado nas rodas intelectuais do Brasil como autor da mais extensa obra poética publicada em língua portuguesa, merece ser honrado com essa "premiação" da sua cidade.  Neste ano de 2013 figurou na lista dos concorrentes ao Nobel de Literatura.  Poderá ser premiado em 2014 ou em 2015 (tem obra e grandeza para isso).  E a Feira do Livro de Porto Alegre vai continuar com esse mesquinho comportamento provinciano diante do maior poeta vivo do Rio Grande do Sul ?  (Texto de Juareiz Correya)  

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