POEMAS DE ASCENSO FERREIRA
(capa)
- Edição da Nordestal Editora,
Recife, PE, 1995
(Especial para o Centenário do Poeta)
Nascidos, no final do Século 19, em 1895, o poeta brasileiro Ascenso Ferreira (Palmares,
Pernambuco) e o Cinema (Paris, França), encontraram-se em um livro, no início da segunda metade do Século 20 (ano de 1951). O livro de poesia intitulado Xenhenhém, ainda inédito, foi publicado junto com os livros Catimbó (1927) e Cana Caiana (1939) em um conjunto de poesia reunida - o belo volume, em edição de luxo, simplesmente assinado POEMAS - , apresentava o poema CINEMA, com o mágico poder de síntese que o poeta possuía e refinava a cada texto. Um poeta na
plenitude da sua maturidade, Ascenso Ferreira eternizou, em versos cênicos-visuais de rica expressão popular (impressões de uma moça do interior que via o Cinema pela primeira vez), a Arte que é sinônimo do Século 20 :
CINEMA
- Mas Dona Nina,
aquilo que é o tal de cinema ?
O homem saiu atrás da moça,
pega aqui, pega acolá,
pega aqui, pega acolá,
até que pegou-la.
Pegou-la e sustentou-la !
Danou-lhe beijo,
danou-lhe beijo,
danou-lhe beijo !...
Depois entraram pra dentro dum quarto !
Fez-se aquela escuridão
E só se via o lençol bulindo...
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- Me diga uma coisa, Dona Nina,
isso presta pra moça ver ?!...
Palmas e vivas ! para os dois, que Ascenso e o Cinema merecem, nestes 120 anos que 2015 registra e releva.
(Texto de Juareiz Correya)
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