O HOMEM ARMADO (poema), de Juareiz Correya







Ilustração : GOOGLE IMAGENS




A casa armada 
não é morada 
lar que se quer 
doce aconchego 
verde se ver, primaveril  
ninho de infâncias 
e alegrias juvenis,  
refúgio de encontros  
amores despertando  
portas e janelas  
um canto concreto 
de azul paz 
nas mãos do homem e da mulher.   


A rua armada 
não é rua, caminho 
de encontros ladrilhado, 
espaço seguro 
sem espantos e medos, 
artéria pulsante 
da real vivência 
na cidade dos homens 
que se quer humana; 
a rua armada 
a ninguém irmana.    


A cidade armada 
nem cidade é, 
um antro qualquer, 
cidadela arruinada, 
deserto sem almas, 
cadela enlouquecida 
de fúria coletiva, 
maldito mundo 
universo finado 
onde os bons se calam 
     e os maus triunfam.   


A Pátria armada  
 não tem hino ou bandeira.  
Não tem governantes e cidadãos. 
Não tem corpo, território amado, 
identificado coração.   
A Pátria armada 
só tem dinheiro e armas, 
não fabrica Paz  
nem procria Alegria. 
Em suas casas, ruas e cidades 
destroem-se vidas 
como números inúteis.  
Todos os dias, 
o sangue sacrificado semeia mortes, 
a Pátria enlameada constrói 
com a sua monstruosidade   
a Eternidade do Nada.  


A Pátria armada 
é só uma Mãe assassina  
e assassinada.  



(Palmares, maio de 2004)    




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Transcrito do ebook inédito 
POEMAS DO NOVO SÉCULO 
(2001 - 2010)
                                          
   




Comentários

Weracy Costa disse…
Juareiz Correya:

Que lindo enternece-DOR Poema!
Triteza de concordar com o Poema!
2004 ... 2019 lique-FEITOS de suor e FEL!

Sua seguidora, Amaro América!

weracy costa