Primeiro poema publicado /
Jornal O OLHO (Palmares - PE, 1970)
POEMA VAGO OLHANDO A CIDADE
Minha cidade
ficará gravada
num poema lívido e vago.
Não será preciso citar becos e ruas
inevitáveis em sua anatomia.
Nem correr com a memória
as lembranças e os minutos de agora.
Minha cidade
não será vista
num poema sentimental.
Conservarei oculto até o seu nome
neste poema
de amor silente
às suas coisas, a ela mesma.
(PÁGINA SEM NOME)
Página sem nome
sem queixa
sem lembrança alguma.
Página limpidamente branca.
Nem palavra,
nem traço
ou menor sinal
sobre tua brancura impenetrável.
Estarás plena de algo um dia.
Prosa ou verso, não importa.
Teu branco se purificará em traços negros.
Nem serás silêncio, como não falas agora.
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Poemas transcritos (páginas 12, 13 e 14 do ebook) da antologia
POETAS DA CIDADE - SÃO PAULO, 2 - Editora ILA Palma,
Palermo (Itália) / São Paulo - SP (Brasil), 1970
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