I
Carrego a mutação fisiográfica das regiões.
Meu dorso mesclado de baronesas sol e tempo
guarda antigas vozes inúteis armas e segredos
escondendo o sangue que pedras não retiveram.
Sei que olhos de aço das máquinas-robôs
só entendem de cibernética cálculos futuro
e os seus dentes aflitos à força fogo e ferro
tentam interromper toda a minha perenidade.
Teimosamente resisto. Preciso viver/correr.
Nas balaustradas das minhas velhas pontes
debruçados estão curiosos inquiridores.
Estranhas histórias poderiam ser contadas.
Deixo-lhes o silêncio que é a minha definição
enquanto os ventos do norte pousam livres sobre mim.
(da antologia POESIA VIVA DO RECIFE,
organizada por Juareiz Correya)
BARTYRA SOARES - Nasceu em Catende (PE).
Exerceu o magistério. Vive no Recife há muitos anos.
Poemas publicados no Diario de Pernambuco e no
Jornal do Commercio. Livros publicados : ENIGMA,
SOMBRAS CONSOLIDADAS, VEREDICTOS.
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Transcrito da AGENDA CULTURAL
- Prefeitura do Recife / Secretaria de Cultura /
Fundação de Cultura, Ano 17, Número 196,
Dezembro 2011.
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