AMERICANTO : Opinião de Paulo Azevedo Chaves (Recife, 1975)

Na sociedade hipocritizante em que vivemos (menos no Rio de Janeiro do que no Recife, felizmente), a poesia de Juareiz Correya aparece como um grito de libertação tanto das convenções sociais como dos modismos ou correntes atuais do nosso "establishment" literário, e me parece tão vital quanto vitalizante. Eis enfim um poeta que não usa folhas de parreira em suas poesias, um selvagem em estado puro, um escritor com uma força, uma crueza e uma sinceridade verdadeiramente "henrymillerianas".


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Transplantando e adaptando o que aconteceu na Inglaterra, naquela época (anos 50), para o Nordeste brasileiro e para a década de 70, creio que poderíamos ver em Juareiz Correya o (ou será "um dos" ?)chefe de fila dos jovens irados de nossa poesia. E se não houver, se não surgirem em nosso Nordeste outros poetas irados, furiosos contra os formalismos, tabus e injustiças de nosso tempo, se o rebuscamento formal continuar sendo a tônica da jovem poesia da nossa região
, tanto mais meritório será o trabalho de Juareiz Correya, esse escritor para quem o ser humano - com sua necessidade de livre expressão e de libertação das forças que oprimem sua individualidade e cerceiam sua liberdade - é o "leitmotiv" constante, permanente da poesia que escreve.



(Coluna "Poliedro" / Caderno Viver,
DIARIO DE PERNAMBUCO, Recife, 14 /dezembro / 1975)



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Do livro AMERICANTO AMAR AMÉRICA E OUTROS POEMAS
DO SÉCULO 20, Juareiz Correya,
Panamérica Nordestal Editora, Recife, 2010.

Comentários

Anônimo disse…
eh, juá, arrebentando, hem? desde sempre... además, foi bom lembrar do paulo, que tanta foça nos deu, né?